25 de maio de 2011

Memórias de cozinheiro

Hoje resolvi olhar as memórias e sensações da cozinha pelo outro lado - do cozinheiro. Isso porque nesse final de semana um “acontecido” me chamou atenção.

Domingo acordei num mau-humor extremo, mas extremo mesmo, daqueles que nem eu me agüentava.. E logo de cara tinha a missão de ir a uma dessas casas de construções ver decoração, sendo que a única decoração que me interessava no momento era a do travesseiro... Enfim, lá fui eu, buscando a minha melhor versão pra não contagiar o povo que tava comigo com o meu azedume. Passei na prova, não com louvor, mas passei.

Só que ainda tinha algumas missões, leia-se: fazer o almoço, terminar de preparar as comidas pra receber amigos à noite e, claro, receber (bem) os amigos. Motivo pra mais stress, né? Não, de jeito nenhum!

Quando entrei na cozinha, achei que tinha deixado todas as minhas forças no meio das cortinas da loja, mas me enganei completamente. Era tomate pra lá, carne refogando pra cá, panela de água fervendo, e o mau humor sendo lavado da alma junto com a louça da pia...

Por trabalhar cozinhando, nem sempre esse efeito é tão perceptível como foi... E, claro, que e às vezes rola o efeito contrário também, quando vc está com pressa e o bolo demora pra assar, quando o resultado não é aquele que vc esperava ou até quando vc não tá tão afim assim de enfrentar as panelas... Mas o certo é que a cozinha é um laboratório de sensações e memórias, pra quem prepara e pra quem come!

19 de maio de 2011

Quem bate? É o friiiiiiiiiio

Quem não lembra dessa musiquinha da propaganda? Toda santa vez que o frio começa a dar as caras, ela reaparece aqui em casa... E foi essa semana que isso aconteceu!

Então, vamos dar uma pausa nas nossas reflexões “filosófico-gastronômicas” e curtir esse tempinho que, na verdade, só não entra em casa porque a cozinha não deixa... E não é porque deixamos o forno ligado não, é porque essa é a época em que a comida mais nos conforta.

A lista é grande: sopas, cremes, foundue, polenta, massas, cafés de tudo quanto é jeito, bolos caseiros pra acompanhar o café – qualquer coisa que saia fumegando da cozinha pra aquecer nossa alma.

Sim, aquecer a alma... Porque não é só o corpo que gela com o frio! Esse cinza no céu, as nossas várias camadas de roupa, pode deixar tudo mais elegante, mas parece que torna tudo ainda mais frio e distante... As pessoas parecem mais solitárias e fechadas andando contraídas pelas ruas. Ok, não chegamos nesse estado ainda, mas o inverno logo chega e algo me diz que esse ano ele promete!

Aí, vem aquele prato ou xícara com alguma coisa que tá soltando fumaça... E enquanto vamos bebendo ou comendo, o corpo vai esquentando, relaxando, se soltando – esse é o momento que a gente espera o dia inteiro em épocas frias – se esquentar e ser feliz! Essas são as memórias que ficam do inverno...

É por isso que comer quando tá frio é muito mais gostoso, se for no sofá, com um cobertor por cima, um filme na TV e uma boa companhia – é melhor que tomar cerveja gelada (ou sorvete, no caso de quem , como eu, não bebe) na praia debaixo daquele sol!

Agora, se vocês me dão licença vou fazer aquele bolo de fubá super cremoso pra comer no fim da tarde com um belo capuccino! Fui...


11 de maio de 2011

Pelo futuro das memórias de cozinha

Depois do último post, fiquei ainda mais pensativa e pesquisando o assunto... E não é que, mais do que nunca to preocupada com o que vai ser das memórias de cozinha do futuro.

Num mundo onde cada vez menos temos tempo e hábito de cozinhar para as crianças (e porque não com elas de vez em quando?), de passear com elas na feira experimentando frutas, de fazer a festinha delas – enrolar os brigadeiros, montar as lembrancinhas, encher as bexigas. É mais rápido e prático comprar tudo pronto, encaixotado, enlatado, congelado. Repito a pergunta, reformulada, o que vai ser das memórias de infância das nossas crianças? Qual o legado que está sendo deixado?

Longe de mim querer voltar ao tempo em que as mães tinham que fazer tudo sozinhas todos os dias – mesmo porque os papais devem entrar na dança também! A questão é que é importante, tanto pra saúde quanto pra vivência da criança, que haja um equilíbrio.

Ninguém mais tem tempo ou pique pra fazer banquetes a semana inteira, mas dá pra se organizar e comer aquela comidinha caseira ao invés de optar pelos empanados de frango. É possível deixar o filho ali no cantinho da mesa brincando enrolar bolinhos de carne, de achatar bolinhas de massa pra fazer biscoito, ou simplesmente deixá-lo lá sentadinho, só envolvendo-o com o cheirinho de bife grelhando ou bolo assando enquanto vocês vão conversando sobre o que ele aprendeu na escola.

Também não é preciso se matar pra organizar a festinha inteira sem ajuda, sem comprar nada, e não aproveitar o momento de tanto cansaço! Mas, uma vez na vida, faz parte da diversão sujar as mãos da criança com manteiga pra enrolar docinhos, sentar no chão com ela e montar lembrancinhas ou encher as bexigas.

Sou capaz de apostar que você tem lembranças desse gênero de quando era pequeno, e que nesse exato momento está tomado por uma série delas e pensando em como era gostoso e foi importante na sua formação como pessoa. Pois é, isso sem falar na importância que teve na sua saúde. Será que é isso que temos feito?

4 de maio de 2011

Sacudindo a poeira

Aiaiai, que vergonha! Nem sei como voltar a postar aqui depois de tanto tempo deixando o blog de lado – e pior, pouco depois da nossa estréia. Não, não tem desculpa que justifique essa ausência; afinal, vida corrida com muito trabalho todos nós temos. Mesmo assim, não posso deixar de pedir desculpas pelo abandono!

Agora vamos lá, espantar as moscas, tirar as teias de aranha do blog e colocar novos posts ao menos uma vez por semana. Promessa – ou melhor, comprometimento (porque esse tipo de promessa me lembra final de ano, coisa que geralmente não cumprimos... Por falta de tempo, claro)!

A boa notícia é que esse tempo de ausência me fez pensar em mais um milhão de assuntos pra escrever e debater, então já passou da hora de recomeçar.

Nessa semana de volta ao blog, vou fazer diferente, quero a ajuda de vocês para introduzir um novo assunto, um pouco mais profundo do que vínhamos conversando aqui, que não anda saindo da minha cabeça: O que vai ser das memórias de cozinha das nossas crianças?

Tenho mil pensamentos e teorias a respeito, mas antes de colocá-los aqui, queria ouvir o que vocês pensam... E aí? O que você acha?

22 de setembro de 2010

Mirassol e Rio Preto - parte 2

Ixi... meus pais voltaram faz tempo do interior... Mas eu me enfurnei na cozinha de uma tal forma que foi impossível escrever sobre as comidinhas de lá.... Confesso que nesse meio tempo tomei Cotuba e comi paçoca, aos montes... rs

Infelizmente não dá pra trazer de lá os inesquecíveis sorvetes que, naquele calor de sempre, são milhares de opções... Entre elas, a sorveteria Elite... Pedido de sempre: colegial de flocos e coco... Ou dos meus pais: cascão de milho verde e coco queimado... Não tem gelateria no mundo que faça igual, em toda a sua simplicidade!

Hmmm!!Tem as frutas e verduras... Essas até são possíveis de trazer, mas fresquinha mesmo, só indo pra lá... A alface crocante, o tomate, o queijo branco, a laranja, o mamão (dá um doce que é de raspar o tacho mesmo!)!!!

E como esquecer o hot-dog de forno da minha tia, aquele que a gente comia quando chegava de madrugada? Esse eu ainda faço de vez em quando, só não como mais de madrugada, porque não sobra...

Para finalizar a sessão nostalgia, não podia deixar de falar do doce que conheci lá como bicho de pé, e é totalmente diferente do bicho de pé de morango que chegou por aqui tempos depois... Ele era vendido num supermercado que, infelizmente fechou... E nunca mais vi... Ainda bem que a receita é simples, como tudo o que já falamos aqui... Trata-se de um brigadeiro branco, passado no açúcar de confeiteiro e enfeitado com um pedaço de noz. Mas como todo o resto também, não tem tanta graça comendo aqui...

Até a próxima viagem... ou ao próximo post!

3 de setembro de 2010

Sabores de infância e memórias de viagens – Mirassol e Rio Preto

Confesso que demorei tanto pra colocar esse blog no “papel” que gostaria de falar sobre todos os assuntos que ficaram por tanto tempo na cabeça. Mas hoje, aproveitando que meus pais vão visitar a família no interior (infelizmente não conseguirei ir junto, felizmente por causa dos meus doces... rs), resolvi dar início a duas “séries” de uma vez só – os sabores que me marcaram na infância e aqueles que trago como lembranças de viagens. Afinal, as viagens pra Rio Preto e Mirassol são parte importante da minha infância!

São tantos sabores, que vou dividir o tema em 2 partes... Hoje vou falar de dois produtos fabricados lá e que podemos encontrar, com sorte, em outros lugares...

A começar pelo guaraná Cotuba... Ele lembra a Tubaína (e atire a primeira pedra quem não amava), doce pra caramba, quase um xarope... E exatamente por isso é um sabor da infância!


Tem também a paçoca-gibi da Covizzi, além de pé-de-moleque e afins... Conseguimos encontrar em algumas lojas aqui de SP (achei até em Gramado o ano passado!), mas nada se compara a ir à loja da fábrica – antigamente um balcão –, e voltar com várias sacolas pra distribuir por aqui... E deixar um monte em casa, claro...

É bom poder trazer de lá as delícias que me levam de volta a cada mordida (ou gole, no caso)... Aonde quer que eu esteja, é só abrir a embalagem, sentir aquele cheirinho e pronto... Sou transportada diretamente para a casa da minha tia, onde toda vez ficamos hospedados... Vale deixar as calorias de lado de vez em quando pra reviver as raízes e reencontrar a criança perdida!

No próximo post falo dos sabores que só experimentamos lá mesmo, que trazem ainda mais saudade... Quais são os seus???

1 de setembro de 2010

Bem vindos!

Quando colocamos uma ideia ou projeto em prática, geralmente dizemos que estamos tirando-a do papel... Não podemos dizer que este caso é exatamente o contrário da frase porque blog é virtual, mas como ainda gosto de escrever no meu caderno, poderia dizer que estou colocando uma ideia de muitos anos no papel!

Sim, este é um blog sobre gastronomia – cozinha, comida, culinária, alimentação, um misto de tudo... Mas não, não é de receitas e preparações. Nada contra... Aliás, só a favor! Já fiz tanta receita boa que peguei emprestado de blog, e continuo pegando!!! Mas o objetivo aqui é outro....

A intenção é escrever sobre o que, como e aonde comemos... Falar sobre a comida como expressão de cultura de um lugar, das sensações e lembranças que determinados alimentos ou pratos nos trazem... Contar experiências, causos e novidades... E, quando o assunto pedir, a receita vem junto...

Por isso MEMÓRIAS DE COZINHA, porque todo mundo tem histórias e lembranças de estar ao redor do fogão ou da mesa cheia de comida; porque nenhuma festa no mundo é completa sem comida (e nada rende mais lembranças que festas, não é?); porque todos nós temos saudade do biscoito de nata que a vovó fazia, da amora que comemos do pé; porque tem dias que tudo que a gente precisa pra nos sentir melhores é um prato de arroz, feijão e ovo da nossa mãe, com um pudim de leite condensado de sobremesa! E porque estamos sempre dispostos a criar novas memórias... Afinal, com tanta comida boa por aí, devemos continuar experimentando sempre!